29 de dez. de 2015

Paradoxo mental

Há alguns dias, li essa frase:
"A mente é em si um paradoxo: Ela usa a si mesma para se compreender."
Desconheço o autor.

E na verdade, me fez refletir muito. Afinal, é verdade, não é? Passamos horas e horas tentando decifrar o que acontece na nossa mente, quando ela mesma tenta buscar suas próprias soluções, mas procurar soluções não pode ser também um problema?

Quantas vezes o problema é justamente por pensar demais em uma situação? Eu tô passando por isso frequentemente com todos esse processo de depressão e terapia. Muitas vezes o que me deixa mal é algo que eu mesma criei pra mim.

Por exemplo, o fato de uma pessoa não falar comigo. Em uma situação normal não seria um grande problema. Afinal, ela não tem o que falar, e nem eu, então não precisamos entrar em contato um com o outro. Mas estou tão habituada a ter esse contato desnecessário que minha mente começa a remoer justificativas, tentando explicar essa ausência: "Ela não quer mais falar com você", "Não faz mais parte da vida dela" e "Deixa ela seguir a vida em paz sem você" são pensamentos frequentes e que atrapalham o tratamento, quando, na verdade, ninguém realmente me disse isso ou não tive indícios de tal situação.

É quando a mente trabalha contra você. Mas aí vêm um outro lado, após o surto e quando chega o momento racional, quando começa a tentar entender o porquê de tais pensamentos e chegar a soluções mais óbvias que as anteriores, como: "Ela está sem telefone", "Está ocupada" ou "Não tem nada para falar no momento". É a mente trabalhando a favor da própria mente.

As situações e as pessoas do ambiente externo influenciam? Claro, somos todos seres sociais, mas o nosso maior vilão e nosso maior aliado somos nós mesmos, nosso cérebro, nossos pensamentos. E mesmo enquanto racionalizando todo esse texto, como posso dizer se está realmente certo quando na verdade estou sendo influenciada pelos meus próprios impulsos neurológicos que me deixaram nessa situação em primeiro lugar?

23 de dez. de 2015

Hoje eu chorei

Hoje o texto não é meu. Mas diz exatamente tudo o que eu senti e o que venho sentindo há algum tempo. E quando o texto é bom, tem de ser compartilhado.

http://adocebagunca.blogspot.com.br/2015/12/hoje-eu-chorei.html?m=1

17 de dez. de 2015

Being a Girl. - or not.

Sempre vejo pela internet aquelas comparações de homens e mulheres.

Exemplos:




E eu sempre me identifico mais com os homens. É sério. Talvez pelo fato de eu ter passado minha infância cercada por homens ou sei lá, não vou tentar analisar isso. Claro que tem exceções, como toda regra. Mas ontem eu percebi uma coisa: eu sou muito ruim nesse negócio de ser garota! Por que?

- Não sei andar de salto alto (meus saltos ficam tortos e viro meu pé constantemente).
- Detesto fazer a unha (sério, passar meia-hora conversando as mesmas banalidades e tendo aquele alicate perto da minha pele não é legal)
- Passar maquiagem só pra ocasiões super-hiper-mega-especiais.
- Não tenho modos pra vestidos/saias
- Só gosto de comédia romântica quando tô apaixonada
- Acho graça em filme de terror
- Príncipe encantado pra mim é aquele cara chato que chega apenas no fim da história pra te fazer casar.
- Troco qualquer sapato caro por uma sapatilha confortável, e eu só preciso de duas: uma pra sair e uma pra trabalhar.
- Não sei o que raios é magenta
- Mais de uma bolsa pra quê?

Mas o mais importante de todos: eu tô sempre errada.

Como assim, Fernanda?

Não, é sério. Eu tô sempre errada.

Sabe aquelas histórias de discussão de casal em que a mulher tá sempre certa? Não funciona comigo. Quer dizer, só com argumentos sobre filmes, política... essas coisas. Mas em relações homem x mulher, eu tô sempre errada. E sempre sou eu a ter que pedir desculpa. Porque eu tô tão errada que nem tenho como fingir que acho que tô certa.
Agora eu vejo que isso é recorrente... dizia brincando que eu que sempre estragava meus relacionamentos. E cara, é verdade mesmo.
Dá umas paranóias do nada, faço umas besteiras, umas coisas idiotas mesmo... e nem posso culpar ninguém, porque eu que errei mesmo.
E tenho que colocar o rabinho entre as pernas e pedir desculpas. E eu sou orgulhosa, então é horrível ter que fazer isso. 

Tem algum curso intensivo de como ser mulher? Tô precisando de umas aulas pra poder escutar uns "me desculpa" de vez em quando pra variar. hahaha

Algumas coisas valem mais do que dinheiro

Ontem eu tive um dia maravilhoso, não teve nada demais, mas foi cercado de tanto amor que eu nem consigo pensar em palavras direito.

Acordei lutando com meus pensamentos de novo, como normal, e logo levantei, pois tinha o retoque do meu cabelo marcado (poxa, mãe, logo de manhã?). Demorei horas no salão e essa parte podemos pular.

De lá fui direto à Madureira com a minha mãe, para comprarmos nosso presente de amigo oculto. Madureira em Dezembro é sinal de tumulto. Muita gente, muito calor e muitas lojas para entrar e procurar por alguma coisa que nos lembre nosso amigo secreto.

Horas e pés cansados depois, nossa merecida recompensa, com aquele milk shake que refrescou internamente nossos corpos. Mas a verdadeira recompensa mesmo foi encontrar o presente perfeito (que foi mais do que o dobro do valor estimado, mas quem liga?) e será realizada completamente no dia da entrega, com o olhar da pessoa. Cara, eu adoro dar presentes! Eu adoro aquele olhar que a pessoa faz por termos lembrado dela ou por gostar do que compramos. É indescritível.

Ligações e conversas no whatsapp complementaram o dia, que a partir daí foi preenchido com muita Netflix!

E chegou a noite, minha hora... ou melhor, nossa hora. Porque infelizmente agora temos quase hora marcada para nos falarmos, e é sempre no fim do fim do fim do dia. (sim, quase no dia seguinte)

Conversamos, rimos, brincamos, implicamos um com o outro, houve momentos fofos, tive de me desculpar mais uma vez (tema para outro post)... e com isso se vai mais de 2 horas. E eu tive o prazer de pensar durante esse tempo sobre o meu dia e sobre algumas situações e uma coisa veio na minha mente. Que algumas coisas valem muito mais pra mim do que dinheiro.

Não me importo de ter gasto muito mais do que devia no presente, não me importo de dar dinheiro para algum amigo ou parente que esteja precisando mais do que eu, não me importo de ter que passar o mês inteiro contando dinheiro porque gastei tudo em livros ou num dia no restaurante com uma amiga.

Porque os meus amigos valem muito, mas muito mais, do que qualquer dinheiro que vou ganhar na vida. E eu daria tudo o que eu tenho por uma vida com eles, por um sorriso com eles, por um abraço. 

E eu fui dormir lá pras 3h da manhã com um sorriso de satisfação tão grande que está gerando outro hoje, com muitas lágrimas reprimidas nos olhos e a sensação de que eu terei para sempre esses pequenos, mas tão intensos, momentos de felicidade e isso dinheiro nenhum pode comprar.

New Life's Resolution

Final do ano batendo a porta. Já é Natal na Leader, todos já se preparando para as festividades e tradições familiares.

E o que é mais clichê que as resoluções de Ano Novo? Todo ano é a mesma coisa: frequentar a academia, fazer dieta, me dedicar aos estudos, viajar, etc etc etc... E 90% dessas coisas nunca é cumprida.

E eu já cansei de não cumprir minhas metas, que pensei em 2012, planejei em 2013, mas deixei pra 2014 e chegou ao fim de 2015 sem nada concluído. Esse ano não teve resoluções de ano novo, tenho resoluções de vida nova.

Não usarei nada dessas coisas que eu sei que não vou cumprir, afinal, se eu realmente for fazê-las, não será por uma promessa banal de virada de ano. Afinal comemoramos apenas a troca do calendário que ganhamos na mercearia ou na farmácia, a vida continua seguindo normalmente como no ano anterior.

Então eu prometo sim algumas coisas, e essas eu prometo levar pra minha nova vida: 

- Me cobrar menos
- Gargalhar mais, daquelas risadas sem som, que saem lágrimas involuntárias
- Deixar o trabalho um pouco mais de lado e sair numa terça-feira qualquer
- Chegar quarta-feira no trabalho morrendo de sono e precisando de um litro de café pra me manter acordada
- Contar uma mentira ou outra pra não magoar as pessoas, nem todas estão preparadas para a verdade
- Guardar meus segredos pra mim mesma, afinal, se eu não consegui guardar, como posso pedir pra outra pessoa ficar em silêncio?
- Me importar ainda menos com o julgamento das outras pessoas
- Prometo pôr e nascer do sol na praia
- Prometo ar livre
- Prometo deixar meu telefone em casa, de propósito, e realmente ver o mundo ao meu redor
- Prometo mais música, mais teatro, mais dança...
- Prometo muito, mas muito, mas muito mais amor.

Prometo não acordar com pensamentos pessimistas todos os dias e tentar ser, a cada dia, a melhor pessoa que eu sei que posso ser, e eu prometo conseguir.

13 de dez. de 2015

"Good night, my love!"

Tentar descrever o amor em palavras seria muita presunção de minha parte. Não tenho a menor intenção de fazê-lo, mesmo porque não teria tal capacidade. Venho mais uma vez falar da unicidade do meu sentimento, que é algo que nunca realmente senti na vida, e que não consigo encontrar palavra para explicar, portanto banalizo frequentemente o uso do amor, que tem diversas formas: materno, fraterno, pelos filhos... mas quero falar do amor em sua plena forma, no encontro das almas em sintonia entre os casais.

amor
  1. 1.
    forte afeição por outra pessoa, nascida de laços de consanguinidade ou de relações sociais.
  2. 2.
    atração baseada no desejo sexual.


Mas não é assim tão simples, é? Essa simples definição de dicionário não condiz nem um pouco com a realidade. Desejo sexual? Muito. Forte afeição por outra pessoa? Com certeza. 

Mas e aquele calafrio que dá quando escuta a voz da pessoa? Ou a dor no coração que dá quando perdemos uma chamada e não conseguimos retornar? Ou a completa falta de sono e taquicardia ocasionada por uma simples mensagem? Ou apenas por saber que a pessoa está pensando em você?

Os sorrisos bobos que insistem em se formar com a mera menção ao seu nome ou por uma fotografia vista, ou por uma música qualquer que escutaram certa vez e reclamaram de ser muito ruim. O calor no coração quando abraçamos ou beijamos, ou as lágrimas derramadas por uma briga. O desejo desenfreado de consertar as coisas logo e entregarmos novamente nossos corações uns aos outros e fazer as pazes... ao telefone, por mensagem, conversando, o que quer que seja... mas logo. E selarmos enfim entregando também nossos corpos, para ao fim dormirmos em paz, nos braços um do outro.

Nada disso nos ajuda, no entanto, quando vem a decepção de um amor que nunca vai acontecer.

Mas esse sentimento é tão louco que por vezes esquecemos, e todas aquelas coisas boas voltam e somos capazes de sorrir de novo, porque a felicidade da pessoa é tão mais importante que qualquer relacionamento que poderíamos ou não ter.

E sentir que o amor é tão forte que é maior que si mesmo. É capaz de nos fazer feliz mesmo com o desamor, com o impedimento de estarmos juntos... ficar feliz pelo simples fato de um dia saber o que é amar. E não há nada no mundo que me faça querer tirar esse sentimento de mim.

Porque eu nunca soube o que é o amor... ouvia todos falando sobre ele, e declamarem suas maravilhas. Mas ninguém realmente entende até que o sinta. E ele é capaz de fazer loucuras na nossa mente, e pensar em toda uma vida em uma rota alternativa, onde tudo é possível e estaríamos juntos em Londres, Paris, Barcelona, não realmente importa... com seus filhos, que chamaríamos de nossos, selando cada fim de noite com um beijo e um "Boa noite, meu amor!"

6 de dez. de 2015

One for one.

Oi, meu nome é Fernanda, tenho 22 anos e luto contra a depressão.

Maria luta pra sustentar seus filhos com um salário mínimo. José é aposentado e luta pra manter sua própria saúde com os hospitais precários de sua cidade. Joana luta com o preconceito de ser uma negra pobre do interior tentando vencer na vida. Todos lutam por algo na vida, contra algo. E todas as batalhas são importantes. Todas as vidas são importantes. Mas hoje, em específico, vou falar da minha luta.

Dentre tantas outras enfrentadas pelos brasileiros ou pelos seres humanos ao redor do mundo, a minha pode parecer pequena. Mas não é.

Essa é a questão na verdade. Poucas pessoas realmente entendem o que é estar em depressão. É uma doença que se luta sozinha contra si mesma, que dura 24h de um dia de 7 dias de uma semana. Terapia ajuda? Sim, claro. Remédios? No meu caso não muito, mas no de outras pessoas ajuda sim. Mas nada realmente importa de você não quer. E é difícil querer.

É difícil ter forças para levantar da cama, ou pra sair de casa e ver a luz do dia, falar com alguém é um suplício e ter que fazer coisas cotidianas como comer ou tomar banho são exaustivas. Sobreviver é uma arte que a depressão nos tira. E é preciso de muito apoio psicológico pra se reerguer. Apoio esse que não é fácil de se encontrar, ou mesmo de se pedir. "Você tem que sair dessa" ou "tá precisando passear" são frases ditas frequentemente por pessoas que não entendem que o que realmente precisamos é de um ouvido amigo e um abraço amoroso.

Precisamos de alguém que não queira sorrisos falsos ou palavras vazias. Somos bons nisso. Em ocultar nossos verdadeiros sentimentos. Nós depressivos queremos alguém real, alguém que diga que vai dar tudo certo e que nos ajude a dar certo. Alguém que desanuvie o nosso cérebro e faça viver ser mais fácil. Nos distraia de nos mesmos.

Temos dias bons, sim. Mas eles dificultam os dias difíceis, nos quais comparamos a vida de todos com as nossas e todas parecem tão melhores.

Suicídio aparece sim na nossa mente e parece uma solução óbvia para o problema de achamos ser e lutar contra essa ideia é um desafio.

Um dia de cada vez. Uma hora de cada vez. Tentando lembrar do que nos faz feliz, tentando ser alguém que sabe que sua vida vale a pena.

E mais um dia se passa. Mais uma inspiração para as próximas 24 horas.

Oi, meu nome é Fernanda, tenho 22 anos. E eu sou depressiva. Mas a depressão não sou eu.

Viva la vida

Em relação à música, sempre que alguém me perguntar, eu direi que sou roqueira. Escuto outros ritmos, mas é o da minha preferência. E isso não está errado.

Mas as minhas músicas favoritas não são deste gênero. E talvez isso se dê por eu não me prender tanto aos gêneros, e sim à letra e à melodia que cada canção mostra. Eu gosto da emoção que proporcionam. E hoje eu tava pensando justamente nas minhas músicas preferidas. Aquelas que penetram a pele, os músculos e vão direto ao coração, produz taquicardia e arrepios por todo o corpo.

E no meu top 3 (que muda frequentemente) estão todas relacionadas à vida, emoções, sentimentos.

Porque, pra mim, todos os que buscam felicidade, estão buscando, na verdade, a vida. Porque a felicidade plena é utópica. Ninguém é feliz todo o tempo. Mas são os momentos difíceis que nos fazem apreciar tanto os bons momentos, as boas risadas, os bons amigos.

E nesse momento em que me sinto tão vazia de bons sentimentos, como se cada célula do meu corpo estivesse tão esgotada de tentar tanto sobreviver que não sobra tempo pra efetivamente viver, onde a vida é mera existência de um corpo pensante, capaz de se movimentar e ter diálogos, essas boas vibrações são umas das poucas coisas que me proporcionam alegria.

3) Viva la vida - Colplay
"For some reason I can't explain,
I know Saint Peter won't call my name
Never an honest world
But that was when I rule the world"

2) Não quero dinheiro - Tim Maia
"Acontece que na vida a gente tem
De ser feliz por ser amado por alguém
Como eu te amo
Eu te adoro, meu amor
A semana inteira fiquei esperando
Pra te ver sorrindo, pra te ver cantando
Quando a gente ama, não pensa em dinheiro
Só se quer amar, se quer amar, se quer amar
De jeito maneira, não quero dinheiro, quero amor sincero
Isso e o que eu espero
Grito ao mundo inteiro, eu só quero amar"

1) O que é, o que é - Gonzaguinha
"Viver. E não ter a vergonha de ser feliz
Cantar e cantar e cantar, a beleza de ser um eterno aprendiz.
Ah meu Deus, eu sei... Que a vida devia ser bem melhor e será!
Mas isso não impede que eu repita, é bonita, é bonita e é bonita"

E é disso que eu e o mundo precisamos. De mais Tim, mais Gonzaguinha, mais Cazuza, mais Cássia, mais Marina, mais Capital, mais Paralama, mais Slipknot, mais Metallica, e até mais funk, porque não? Mais vida. Mais amor. E pra finalizar, vou deixar aqui apenas uma amostra de que, além de gêneros, etnias, culturas ou afins, pode-se e deve-se encontrar vida em qualquer lugar.

"Sonhar. Nunca desistir.
Ter fé, pois fácil não é nem vai ser.
Tentar, até se esgostar suas forças.
Se hoje eu tenho quero dividir.
Ostentar pra esperança levar e o mundo sorrir"
(Sonhar - MC Gui).

20 de nov. de 2015

One Year Ago

20/11/2014 era uma quinta-feira. Feriado no Rio de Janeiro. Toda a empresa tinha recebido autorização para emendar a sexta-feira. Menos o meu setor.

Eu tinha muito trabalho e muito pouco tempo de fazer tudo. Me voluntariei para ir trabalhar, mesmo sabendo que minha supervisora não iria. Eu estaria sozinha na empresa e estava tudo bem pra mim. Não precisaria cumprir o horário certinho, não tocaria o telefone, não teria pedidos de outros setores. Seria um dia sereno.

Acertei em quase tudo. Mas não, a Gabi também foi trabalhar comigo... e tivemos algumas companhias inesperadas. Umas pessoas que trabalharam na recepção em um horário que ninguém realmente entendia e que mudavam a cada dia. Qual o nome delas mesmo? Sei que tem um menino que se chama Ruan, mas também não sei qual deles! A menina tinha me falado, mas eu não tinha muita certeza. É o mais alto? Ou o outro? Não faço ideia!

Cheguei e as três pessoas da recepção me chamaram para tomar café com eles e fiquei surpresa. Chamei a Gabriela também e ficamos nos conhecendo, rindo uns da cara dos outros, contando histórias... Depois cada um foi pro seu setor. Eu e Gabi num silêncio que estava nos matando, pedimos socorro e os meninos da recepção começaram a se revezar pra nos fazer companhia. O que se chamava Ruan até conseguiu música pra gente, mostrou fotos da família e descobrimos que ele era avô, como podia?

E aí a namorada de um rapaz dos transportes me chamou pra almoçar. Eu estava morrendo de medo. Será que ela tava com ciúme de mim e queria se aproximar pra saber quem era aquela pessoa que tava sempre com o namorado dela? Tomei coragem e disse que ia.

O tal Ruan também me chamou logo depois, mas aí eu já tinha me comprometido e não podia simplesmente desmarcar com quem talvez fosse uma psicopata. Viviane o nome dela. Mas disse que no próximo dia que ele estivesse lá durante a tarde que eu já estava reservando o horário com ele (e sim, eu cumpri a promessa). Mandei Gabriela no meu lugar.

A tal namorada não era psicopata. O almoço correu tranquilo, rimos, brincamos... e voltei ao trabalho. Umas 17h fomos embora, peguei uma carona com os meninos até a estação (tinha uns outros chegando... definitivamente esses horários eram muito confusos) e segui para a minha casa.

Foi um dia de trabalho no feriado? Sim.
Mas foi muito divertido. 

Como 90% dos meus dias depois dele, Porque eu não sabia ainda, mas essas pessoas se tornaram parte essencial da minha vida durante o último ano. Passamos por muitas coisas juntas, e ainda estamos passando. Foram e ainda são o motivo de muitos dos meus sorrisos, de muitas histórias que hoje tenho para contar.

Do melhor período que eu vivi. 

Porque durante estes meses eu pude viver, e não apenas existir. Eu pude ser eu mesma, percebi que era capaz de fazer amigos, que eu podia ser irresponsável e tomar decisões idiotas, podia errar. 

Acho que eu nunca fui tão feliz por me voluntariar a ir trabalhar num feriado. 
O melhor feriado de todos.

E mesmo com tudo de ruim que está acontecendo agora, com toda a dor que eu estou sentindo e todos os problemas que estou tendo de enfrentar (e nem sempre sendo bem-sucedida nisso), eu faria tudo de novo. Nunca poderei me arrepender de ser feliz. E eu nunca fui tão feliz antes.

17 de nov. de 2015

Los Hermanos - Sentimental.



Acho que essa música diz por si só o que eu deveria escrever.

Re-posting

Não consigo parar de pensar nesse trecho de livro. Meu primeiro re-post.

"O tempo cura tudo"

self control

E finalmente o "depois" chegou. Com 22 dias de atraso, mas chegou.

E foi difícil. Eu vi todos aqueles momentos, risadas e piadas idiotas voltando, eu me vi feliz de novo. Pude visualizar de novo um futuro agradável.

Pude ver a preocupação nos seus olhos, a covinha no sorriso, sentir o perfume que até agora está em toda a minha casa. E veio pra me provocar, com o terno que eu morro de vontade de arrancar e vê-lo espalhado pelo chão da casa enquanto estamos juntos no quarto, com sua perna sobre a minha impossibilitando qualquer chance de eu conseguir me mover durante a noite. Noite que eu fico feliz em passar em claro observar sua serenidade ao dormir e me perguntando se está sonhando. E quando finalmente durmo, logo é hora de acordar e vejo sua relutância ao levantar no dia seguinte, quando temos que voltar à realidade de nossas vidas, e desejo só mais 10 minutos, daqueles que duram horas, e ambos chegamos atrasados porque a força de atração do quarto é 50 vezes mais forte quando estamos juntos. Foi necessário muito autocontrole pra não te puxar pela gravata e trancar a porta para que não possa sair.

Mas eu só vi isso na minha imaginação. Porque na realidade nós conversamos. E não foi agradável, não foi feliz. Foi... necessário.

Foi preciso mostrar o que está acontecendo, colocar nas mesas as cartas que estou tentando usar e não consigo. Precisei demonstrar minha fragilidade e as causas dela.

E ficou a promessa da amizade. Dessas promessas que sempre fazemos quando encontramos alguém do passado: "vamos marcar algo" ou "devemos reunir a galera" ou "vamos viajar".

Sem expectativas. 
Definitivamente com um gosto amargo, não apenas pelo café que compartilhamos, mas pela saudade desencadeada e pela desilusão de um amor que nunca acontecerá.

16 de nov. de 2015

Awkward

É estranho parar pra pensar que há um mês atrás, se eu ficasse 1 hora sem olhar o celular, tinham centenas de mensagens aguardando para serem lidas, pessoas que já estavam ligando, pois queriam uma resposta logo.

Eu fiquei mais de 36 horas sem olhar o celular. Só tinha 1 mensagem.


14 de nov. de 2015

Self-centered

Por mais de uma vez eu pedi ajuda hoje. E só uma delas tentou realmente me ajudar.

De um eu recebi "já falo com você" e tô esperando até agora. Na verdade, estou esperando há dias pelo retorno.

E outro começou a falar dos próprios problemas antes sequer de eu conseguir pedir ajuda. E então, ao invés de ser ajudada, eu ajudei. Não que eu tenha falado algo realmente proveitoso, até mesmo porque não estou em condições de dar nenhum conselho ou lição de vida no momento, mas escutei. E sei que às vezes é só o que precisamos, de alguém que nos escute.

Me fez pensar quantas vezes isso já pode ter acontecido em situação contrária. Alguém tentar pedir ajuda e eu acabar arrastando a pessoa para os meus próprios problemas. O ser humano é egoísta, até mesmo inconscientemente.

Eu sei que ela não quis que isso acontecesse, e que se eu tivesse falado talvez ouvisse, mas agora eu tô começando a ver pelo outro lado.

De quantas pessoas eu sou amiga e não recebo o mesmo tratamento em retorno? 

Dead or Alive

Hoje é um dos dias ruins.

Só quero deitar na minha cama e chorar até cair no sono para que o dia acabe mais rápido.

Eu tô tentando ficar bem, mas não tá dando certo.

Vi uma postagem hoje nas memórias do facebook de um convite para um karaokê em 2012, com marcações de uns amigos meus da época, e dentre eles estavam amigos de amigos...
E tinha o Jeday.

Ele não era meu amigo, era amigo do Juan (que estudou comigo no Ensino Médio), e eu tive pouquíssimo contato. Na verdade, nem sei o verdadeiro nome dele. Todos o chamavam de Jeday.
E por que eu tô falando tudo no passado? Porque no início de 2013 ele faleceu.

O facebook dele ainda está ativo, e cheio de mensagens de saudade, todos lembrando do aniversário dele e dos momentos que passaram juntos. E eu senti saudade também.

Foi estranho, porque eu consegui escutar a voz e a risada dele na cozinha do Juan no último encontro que tivemos, mesmo que não consiga sequer lembrar de seu rosto.

E ver todas aquelas mensagens me fez ver o quão idiota é a minha dor. Não é nada comparada à real separação, daquelas que não tem volta. E eu devia saber porque já passei por essa dor.

Mas, mesmo sabendo que não é necessariamente definitiva, eu continuo sentindo. E talvez eu ainda sinta mais porque sei ser uma questão de escolha.

Não é como se estivesse efetivamente morta. É como se eu estivesse morta para ele. E para todos os outros que sumiram.

Me tornei uma morta-viva. Descartável. Inútil. Dispensável.

E por um momento eu quis trocar de lugar com o Jeday. Ele estaria fazendo um bem que eu não tô fazendo. Eu só estou levando comigo destruição e perdas, estragando as coisas para quem ainda está por perto.

I'm not wanted. Not dead nor alive.

12 de nov. de 2015

Worst bday ever

É estranho como eu amo meu aniversário. Não que eu tenha motivos. Não existem.

Todo ano é uma decepção atrás da outra, mas parte de mim sempre espera que o próximo ano seja bom. Não posso dizer que não há motivos de alegria, sim, estão lá. As risadas, as brincadeiras, as antecipações, o caos pra estar tudo arrumado a tempo...

Mas aí vem a parte ruim.

Quando eu percebo que as pessoas não vêm. E eu fico me perguntando o que eu fiz de errado e o porquê de nunca virem. São sempre pessoas diferentes, mas sempre o mesmo resultado.

E não é como se eu estivesse convidando pra algo ruim, é uma festa, não deveria vir todo mundo?

Mas não. São sempre os mesmos. E eles estão sempre perguntando pelos demais que deveriam chegar, que estão chegando e que nunca chegam.

Todo ano é o pior aniversário de todos.

Todo ano termina com choros e lamentações.

E todo ano se reinicia o ciclo de esperança de que no próximo ano eles virão.

Invisible girl

Hoje está sendo um dos bons dias. Eles não são muito frequentes.
Mas também não quer dizer que sejam bons. Acho que está meio confuso.

Um "dia bom" ultimamente tem sido aqueles em que consigo passar sem sentir o vazio que está no meu coração, um dia adormecido. Claro que passei o dia inteiro sendo distraída por séries vazias de sentido, me deixando levar por problemas fictícios, porque os meus são muito difíceis de lidar. 

Pelo menos pra mim é muito difícil.

Nos dias ruins eu não tenho racionalidade alguma, meus pensamentos são autodestrutivos e eu só sinto dor. Uma dor que não se vai. Mas não é física. São esses pensamentos que ficam indo e vindo e sendo analisados da pior forma possível, como se nada na minha vida fosse nunca mais dar certo.

E aí eu estou sozinha no meu caos. Não tenho com quem falar, porque perdi todos os meus amigos. Ou os que eu ainda tenho têm seus próprios problemas para lidar... ou simplesmente não entendem.

Acho que é difícil de entender quando não se está no meu cérebro, mas pra mim está tudo desmoronando. Eu sempre valorizei muito mais minha carreira do que minhas relações pessoais, porque eu sou boa na primeira opção e péssima na segunda. Sempre tive azar no jogo e no amor, mas sempre fui boa na razão, no controle.

Mas esse ano foi diferente. Eu decidi viver. E eu posso dizer que foi um dos melhores anos da minha vida. Pude me deixar levar pelos meus sentimentos, tomar decisões que eu jamais tomaria racionalmente, não resistir aos impulsos... e ser feliz. Finalmente os três aspectos principais da minha vida estavam certos. 

Eu estava bem no trabalho. Eu tinha amigos. E eu estava apaixonada.

Mas aí tudo desmoronou mês passado. E agora nada está certo. Tudo virou uma bola de neve tão grande que veio destruindo tudo pela frente. 

Se me arrependo? Não. Não posso me arrepender de algo que me fez tão bem, e o suposto erro que desmoronou tudo sequer foi cometido. Meu erro talvez tenha sido não ter tomado ações quando necessário. Deixei os rumores crescerem de forma que não teve como voltar atrás. Mas tudo bem.
E com isso destrói meu castelo no trabalho.

Consequentemente os amigos somem. Ficam os verdadeiros, é o que todos dizem. Mas não te falam quão doloroso é saber quem são os verdadeiros. Porque, na verdade, não sobrou quase ninguém. Os que sobraram podem ser contatos nos dedos... de uma só mão.

Mas não acabou por aí. Todo mundo que me conhece bem sabe que sou "workaholic" - ou seja, eu sou viciada em trabalho. Ficar em casa fazendo nada me irrita, me estressa, me entedia. E então eu cometi um erro, contei coisas que eu sabia que não deveria contar pra uma pessoa. E ela me julgou, como eu sabia que julgaria. Mas no momento errado. E então, eu, que já estava instável, me deixei enfraquecer ainda mais, e não fui capaz de vestir minha máscara de "está tudo bem". E com isso, eu não só perdi um dos meus amigos, mas um dos meus melhores. 

Porque é isso. Sim, se eu sou apaixonada por ele? Muito. Eu o amo.

Mas o que eu sinto falta é do sorriso, dos abraços, das músicas inventadas, das cantorias aleatórias, das músicas ruins no carro, ou das visitas surpresas. Sinto falta de ser acordada com uma imagem idiota de 'bom dia' ou bombardeada com várias fotos dele pra minha coleção no celular. Sinto falta do perfume ou da cara dele quando faço algo errado. Sinto falta das ligações de 40 min ou do "me avisa quando chegar em casa" ou ainda do "vai comigo hoje? Mas vou sair cedo, hein". De ser o único número que eu lembro de cabeça quando algo acontece. Ou de apenas receber um "tô vivo" a cada hora.

Eu estraguei tudo de uma só vez. E agora eu tô invisível. Pois é, ninguém consegue ver que eu preciso de ajuda. Eu realmente preciso que alguém olhe pra mim, me abrace e diga que vai dar tudo certo. E me ajude a dar tudo certo. Porque agora tudo o que eu vejo são trevas, são vazios, são dores. 
E hoje eu tô bem, mas isso só me faz ver o quanto me assusta os dias que estou mal.

Quanto eu tô mal, todas as conversas que ocasionaram esses acontecimentos ou que foram ocasionadas por eles ficam retornando... e ferem. Direto no meu coração.

Não posso dizer que não tentei. Eu tô tentando. Mas já estou ficando sem recursos e utilizando os mesmos várias e várias vezes. E nada me tira dessa capa de invisibilidade. Mas o pior de tudo... é que eu sequer tenho vontade de tirá-la.

27 de out. de 2015

“They say losing a lover is hard, losing a friend is harder and losing both is the hardest of all. What do you do when a piece of your life is suddenly missing? We know we’re supposed to move on, but how?” How do you move on when there’s a whole in your life that nothing can fill?”

22 de mai. de 2015

Então vamos viver
E um dia a gente se encontra

13 de mai. de 2015

You're the light that makes my darkness disappear

11 de mai. de 2015

11-05-15

Para muitas coisas eu prefiro agir com a razão. Pensar antes de tomar uma atitude precipitada e não ser tão inconsequente quanto 80% das pessoas que conheço fariam.

Prezo a verdade independentemente da dor que venha a causar. Tenho um lema que diz: "não me pergunte se não quer ouvir a resposta". Isso gera consequências para mim... Muitas pessoas se afastam na primeira ocasião e outros sequer se aproximam, pois entendem como grosseria.  Eu tenho consciência disso... eu sei que afasto os outros, mas não consigo evitar de ser assim, é o meu jeito. Ninguém do meu ciclo social familiar espera que eu seja legal ou simpática, e se surpreendem quando sou. Mas sempre foi uma ferida.

Há tempos que estou tendo discussões repetitivas com a minha mãe, mas dessa vez ela decidiu abrir essa ferida, deixá-la aberta e sangrando. Falar que não tenho sentimentos foi a pior parte.

Meu maior medo sempre foi ficar sozinha. E, por mais que me isole voluntariamente às vezes, me sentir só me destrói. Por mais que eu saiba que tenho amigos (não muitos, mas tenho), eu também sei que nem sempre eles estão disponíveis, que todos têm sua própria vida.

Eu racionalmente sei que não estou sozinha, mas é assim que me sinto sempre que estou em casa, sempre que não tem ninguém me olhando. Sempre que a máscara cai.

Porque eu sempre finjo ser forte, mas não significa que eu seja.

5 de mai. de 2015

Jota Quest - O que eu também não entendo

Essa não é mais uma carta de amor
São pensamentos soltos
Traduzidos em palavras
Pra que você possa entender
O que eu também não entendo

Amar não é ter que ter
Sempre certeza
É aceitar que ninguém
É perfeito pra ninguém
É poder ser você mesmo
E não precisar fingir
É tentar esquecer
E não conseguir fugir, fugir

Já pensei em te largar
Já olhei tantas vezes pro lado
Mas quando penso em alguém
É por você que fecho os olhos
Sei que nunca fui perfeito
Mas com você eu posso ser
Até eu mesmo
Que você vai entender

Posso brincar de descobrir
Desenho em nuvens
Posso contar meus pesadelos
E até minhas coisas fúteis
Posso tirar a tua roupa
Posso fazer o que eu quiser
Posso perder o juízo
Mas com você
Eu tô tranquilo, tranquilo

Agora o que vamos fazer
Eu também não sei
Afinal, será que amar
É mesmo tudo?
Se isso não é amor
O que mais pode ser?
Tô aprendendo também

Já pensei em te largar
Já olhei tantas vezes pro lado
Mas quando penso em alguém
É por você que fecho os olhos
Sei que nunca fui perfeito
Mas com você eu posso ser
Até eu mesmo
Que você vai entender

Posso brincar de descobrir
Desenho em nuvens
Posso contar meus pesadelos
E até minhas coisas fúteis
Posso tirar a tua roupa
Posso fazer o que eu quiser
Posso perder o juízo
Mas com você
Eu tô tranquilo, tranquilo

Agora o que vamos fazer?
Eu também não sei!
Afinal, será que amar
É mesmo tudo?
Se isso não é amor
O que mais pode ser?
Estou aprendendo também


Cara, eu amo essa música

22 de mar. de 2015

Sempre fui ruim em relacionamentos. Isso é fato.
Mas também é fato de que nunca realmente tive um relacionamento.

Sempre foi baseado em unilateralidade. Ou eu me apaixono... ou a outra pessoa. Nunca os dois. E sempre dói.
Mas dessa vez tô me superando!!

Eu sempre soube no que estava me metendo, sempre soube que não era certo... mas ainda assim me deixei envolver, eu precisava disso... Tava me sentindo tão sozinha! E ah, como ele me faz bem! Faz eu me sentir viva, radiante... e cara, até feminina (ter vontade de me arrumar, maquiar, tirar meus vestidos do fundo do guarda-roupa e até usar aquele salto que acaba com meus pés)!

Ele me faz feliz.

E a gente se dá bem. Ninguém pode negar a tensão sexual que se instala ao nosso redor... e muito menos dizer que não daríamos certo.

Mas não dá. Existem muitos obstáculos a vencer e apenas uma pessoa a ceder. Falta vontade de resolver essa situação, falta iniciativa... falta amor.

E mesmo assim nossa "amizade" continua. E cara, como eu quero que continue... E como eu queria dar um fim nisso e me privar de me machucar ainda mais.