20 de nov. de 2015

One Year Ago

20/11/2014 era uma quinta-feira. Feriado no Rio de Janeiro. Toda a empresa tinha recebido autorização para emendar a sexta-feira. Menos o meu setor.

Eu tinha muito trabalho e muito pouco tempo de fazer tudo. Me voluntariei para ir trabalhar, mesmo sabendo que minha supervisora não iria. Eu estaria sozinha na empresa e estava tudo bem pra mim. Não precisaria cumprir o horário certinho, não tocaria o telefone, não teria pedidos de outros setores. Seria um dia sereno.

Acertei em quase tudo. Mas não, a Gabi também foi trabalhar comigo... e tivemos algumas companhias inesperadas. Umas pessoas que trabalharam na recepção em um horário que ninguém realmente entendia e que mudavam a cada dia. Qual o nome delas mesmo? Sei que tem um menino que se chama Ruan, mas também não sei qual deles! A menina tinha me falado, mas eu não tinha muita certeza. É o mais alto? Ou o outro? Não faço ideia!

Cheguei e as três pessoas da recepção me chamaram para tomar café com eles e fiquei surpresa. Chamei a Gabriela também e ficamos nos conhecendo, rindo uns da cara dos outros, contando histórias... Depois cada um foi pro seu setor. Eu e Gabi num silêncio que estava nos matando, pedimos socorro e os meninos da recepção começaram a se revezar pra nos fazer companhia. O que se chamava Ruan até conseguiu música pra gente, mostrou fotos da família e descobrimos que ele era avô, como podia?

E aí a namorada de um rapaz dos transportes me chamou pra almoçar. Eu estava morrendo de medo. Será que ela tava com ciúme de mim e queria se aproximar pra saber quem era aquela pessoa que tava sempre com o namorado dela? Tomei coragem e disse que ia.

O tal Ruan também me chamou logo depois, mas aí eu já tinha me comprometido e não podia simplesmente desmarcar com quem talvez fosse uma psicopata. Viviane o nome dela. Mas disse que no próximo dia que ele estivesse lá durante a tarde que eu já estava reservando o horário com ele (e sim, eu cumpri a promessa). Mandei Gabriela no meu lugar.

A tal namorada não era psicopata. O almoço correu tranquilo, rimos, brincamos... e voltei ao trabalho. Umas 17h fomos embora, peguei uma carona com os meninos até a estação (tinha uns outros chegando... definitivamente esses horários eram muito confusos) e segui para a minha casa.

Foi um dia de trabalho no feriado? Sim.
Mas foi muito divertido. 

Como 90% dos meus dias depois dele, Porque eu não sabia ainda, mas essas pessoas se tornaram parte essencial da minha vida durante o último ano. Passamos por muitas coisas juntas, e ainda estamos passando. Foram e ainda são o motivo de muitos dos meus sorrisos, de muitas histórias que hoje tenho para contar.

Do melhor período que eu vivi. 

Porque durante estes meses eu pude viver, e não apenas existir. Eu pude ser eu mesma, percebi que era capaz de fazer amigos, que eu podia ser irresponsável e tomar decisões idiotas, podia errar. 

Acho que eu nunca fui tão feliz por me voluntariar a ir trabalhar num feriado. 
O melhor feriado de todos.

E mesmo com tudo de ruim que está acontecendo agora, com toda a dor que eu estou sentindo e todos os problemas que estou tendo de enfrentar (e nem sempre sendo bem-sucedida nisso), eu faria tudo de novo. Nunca poderei me arrepender de ser feliz. E eu nunca fui tão feliz antes.

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