29 de dez. de 2015

Paradoxo mental

Há alguns dias, li essa frase:
"A mente é em si um paradoxo: Ela usa a si mesma para se compreender."
Desconheço o autor.

E na verdade, me fez refletir muito. Afinal, é verdade, não é? Passamos horas e horas tentando decifrar o que acontece na nossa mente, quando ela mesma tenta buscar suas próprias soluções, mas procurar soluções não pode ser também um problema?

Quantas vezes o problema é justamente por pensar demais em uma situação? Eu tô passando por isso frequentemente com todos esse processo de depressão e terapia. Muitas vezes o que me deixa mal é algo que eu mesma criei pra mim.

Por exemplo, o fato de uma pessoa não falar comigo. Em uma situação normal não seria um grande problema. Afinal, ela não tem o que falar, e nem eu, então não precisamos entrar em contato um com o outro. Mas estou tão habituada a ter esse contato desnecessário que minha mente começa a remoer justificativas, tentando explicar essa ausência: "Ela não quer mais falar com você", "Não faz mais parte da vida dela" e "Deixa ela seguir a vida em paz sem você" são pensamentos frequentes e que atrapalham o tratamento, quando, na verdade, ninguém realmente me disse isso ou não tive indícios de tal situação.

É quando a mente trabalha contra você. Mas aí vêm um outro lado, após o surto e quando chega o momento racional, quando começa a tentar entender o porquê de tais pensamentos e chegar a soluções mais óbvias que as anteriores, como: "Ela está sem telefone", "Está ocupada" ou "Não tem nada para falar no momento". É a mente trabalhando a favor da própria mente.

As situações e as pessoas do ambiente externo influenciam? Claro, somos todos seres sociais, mas o nosso maior vilão e nosso maior aliado somos nós mesmos, nosso cérebro, nossos pensamentos. E mesmo enquanto racionalizando todo esse texto, como posso dizer se está realmente certo quando na verdade estou sendo influenciada pelos meus próprios impulsos neurológicos que me deixaram nessa situação em primeiro lugar?

23 de dez. de 2015

Hoje eu chorei

Hoje o texto não é meu. Mas diz exatamente tudo o que eu senti e o que venho sentindo há algum tempo. E quando o texto é bom, tem de ser compartilhado.

http://adocebagunca.blogspot.com.br/2015/12/hoje-eu-chorei.html?m=1

17 de dez. de 2015

Being a Girl. - or not.

Sempre vejo pela internet aquelas comparações de homens e mulheres.

Exemplos:




E eu sempre me identifico mais com os homens. É sério. Talvez pelo fato de eu ter passado minha infância cercada por homens ou sei lá, não vou tentar analisar isso. Claro que tem exceções, como toda regra. Mas ontem eu percebi uma coisa: eu sou muito ruim nesse negócio de ser garota! Por que?

- Não sei andar de salto alto (meus saltos ficam tortos e viro meu pé constantemente).
- Detesto fazer a unha (sério, passar meia-hora conversando as mesmas banalidades e tendo aquele alicate perto da minha pele não é legal)
- Passar maquiagem só pra ocasiões super-hiper-mega-especiais.
- Não tenho modos pra vestidos/saias
- Só gosto de comédia romântica quando tô apaixonada
- Acho graça em filme de terror
- Príncipe encantado pra mim é aquele cara chato que chega apenas no fim da história pra te fazer casar.
- Troco qualquer sapato caro por uma sapatilha confortável, e eu só preciso de duas: uma pra sair e uma pra trabalhar.
- Não sei o que raios é magenta
- Mais de uma bolsa pra quê?

Mas o mais importante de todos: eu tô sempre errada.

Como assim, Fernanda?

Não, é sério. Eu tô sempre errada.

Sabe aquelas histórias de discussão de casal em que a mulher tá sempre certa? Não funciona comigo. Quer dizer, só com argumentos sobre filmes, política... essas coisas. Mas em relações homem x mulher, eu tô sempre errada. E sempre sou eu a ter que pedir desculpa. Porque eu tô tão errada que nem tenho como fingir que acho que tô certa.
Agora eu vejo que isso é recorrente... dizia brincando que eu que sempre estragava meus relacionamentos. E cara, é verdade mesmo.
Dá umas paranóias do nada, faço umas besteiras, umas coisas idiotas mesmo... e nem posso culpar ninguém, porque eu que errei mesmo.
E tenho que colocar o rabinho entre as pernas e pedir desculpas. E eu sou orgulhosa, então é horrível ter que fazer isso. 

Tem algum curso intensivo de como ser mulher? Tô precisando de umas aulas pra poder escutar uns "me desculpa" de vez em quando pra variar. hahaha

Algumas coisas valem mais do que dinheiro

Ontem eu tive um dia maravilhoso, não teve nada demais, mas foi cercado de tanto amor que eu nem consigo pensar em palavras direito.

Acordei lutando com meus pensamentos de novo, como normal, e logo levantei, pois tinha o retoque do meu cabelo marcado (poxa, mãe, logo de manhã?). Demorei horas no salão e essa parte podemos pular.

De lá fui direto à Madureira com a minha mãe, para comprarmos nosso presente de amigo oculto. Madureira em Dezembro é sinal de tumulto. Muita gente, muito calor e muitas lojas para entrar e procurar por alguma coisa que nos lembre nosso amigo secreto.

Horas e pés cansados depois, nossa merecida recompensa, com aquele milk shake que refrescou internamente nossos corpos. Mas a verdadeira recompensa mesmo foi encontrar o presente perfeito (que foi mais do que o dobro do valor estimado, mas quem liga?) e será realizada completamente no dia da entrega, com o olhar da pessoa. Cara, eu adoro dar presentes! Eu adoro aquele olhar que a pessoa faz por termos lembrado dela ou por gostar do que compramos. É indescritível.

Ligações e conversas no whatsapp complementaram o dia, que a partir daí foi preenchido com muita Netflix!

E chegou a noite, minha hora... ou melhor, nossa hora. Porque infelizmente agora temos quase hora marcada para nos falarmos, e é sempre no fim do fim do fim do dia. (sim, quase no dia seguinte)

Conversamos, rimos, brincamos, implicamos um com o outro, houve momentos fofos, tive de me desculpar mais uma vez (tema para outro post)... e com isso se vai mais de 2 horas. E eu tive o prazer de pensar durante esse tempo sobre o meu dia e sobre algumas situações e uma coisa veio na minha mente. Que algumas coisas valem muito mais pra mim do que dinheiro.

Não me importo de ter gasto muito mais do que devia no presente, não me importo de dar dinheiro para algum amigo ou parente que esteja precisando mais do que eu, não me importo de ter que passar o mês inteiro contando dinheiro porque gastei tudo em livros ou num dia no restaurante com uma amiga.

Porque os meus amigos valem muito, mas muito mais, do que qualquer dinheiro que vou ganhar na vida. E eu daria tudo o que eu tenho por uma vida com eles, por um sorriso com eles, por um abraço. 

E eu fui dormir lá pras 3h da manhã com um sorriso de satisfação tão grande que está gerando outro hoje, com muitas lágrimas reprimidas nos olhos e a sensação de que eu terei para sempre esses pequenos, mas tão intensos, momentos de felicidade e isso dinheiro nenhum pode comprar.

New Life's Resolution

Final do ano batendo a porta. Já é Natal na Leader, todos já se preparando para as festividades e tradições familiares.

E o que é mais clichê que as resoluções de Ano Novo? Todo ano é a mesma coisa: frequentar a academia, fazer dieta, me dedicar aos estudos, viajar, etc etc etc... E 90% dessas coisas nunca é cumprida.

E eu já cansei de não cumprir minhas metas, que pensei em 2012, planejei em 2013, mas deixei pra 2014 e chegou ao fim de 2015 sem nada concluído. Esse ano não teve resoluções de ano novo, tenho resoluções de vida nova.

Não usarei nada dessas coisas que eu sei que não vou cumprir, afinal, se eu realmente for fazê-las, não será por uma promessa banal de virada de ano. Afinal comemoramos apenas a troca do calendário que ganhamos na mercearia ou na farmácia, a vida continua seguindo normalmente como no ano anterior.

Então eu prometo sim algumas coisas, e essas eu prometo levar pra minha nova vida: 

- Me cobrar menos
- Gargalhar mais, daquelas risadas sem som, que saem lágrimas involuntárias
- Deixar o trabalho um pouco mais de lado e sair numa terça-feira qualquer
- Chegar quarta-feira no trabalho morrendo de sono e precisando de um litro de café pra me manter acordada
- Contar uma mentira ou outra pra não magoar as pessoas, nem todas estão preparadas para a verdade
- Guardar meus segredos pra mim mesma, afinal, se eu não consegui guardar, como posso pedir pra outra pessoa ficar em silêncio?
- Me importar ainda menos com o julgamento das outras pessoas
- Prometo pôr e nascer do sol na praia
- Prometo ar livre
- Prometo deixar meu telefone em casa, de propósito, e realmente ver o mundo ao meu redor
- Prometo mais música, mais teatro, mais dança...
- Prometo muito, mas muito, mas muito mais amor.

Prometo não acordar com pensamentos pessimistas todos os dias e tentar ser, a cada dia, a melhor pessoa que eu sei que posso ser, e eu prometo conseguir.

13 de dez. de 2015

"Good night, my love!"

Tentar descrever o amor em palavras seria muita presunção de minha parte. Não tenho a menor intenção de fazê-lo, mesmo porque não teria tal capacidade. Venho mais uma vez falar da unicidade do meu sentimento, que é algo que nunca realmente senti na vida, e que não consigo encontrar palavra para explicar, portanto banalizo frequentemente o uso do amor, que tem diversas formas: materno, fraterno, pelos filhos... mas quero falar do amor em sua plena forma, no encontro das almas em sintonia entre os casais.

amor
  1. 1.
    forte afeição por outra pessoa, nascida de laços de consanguinidade ou de relações sociais.
  2. 2.
    atração baseada no desejo sexual.


Mas não é assim tão simples, é? Essa simples definição de dicionário não condiz nem um pouco com a realidade. Desejo sexual? Muito. Forte afeição por outra pessoa? Com certeza. 

Mas e aquele calafrio que dá quando escuta a voz da pessoa? Ou a dor no coração que dá quando perdemos uma chamada e não conseguimos retornar? Ou a completa falta de sono e taquicardia ocasionada por uma simples mensagem? Ou apenas por saber que a pessoa está pensando em você?

Os sorrisos bobos que insistem em se formar com a mera menção ao seu nome ou por uma fotografia vista, ou por uma música qualquer que escutaram certa vez e reclamaram de ser muito ruim. O calor no coração quando abraçamos ou beijamos, ou as lágrimas derramadas por uma briga. O desejo desenfreado de consertar as coisas logo e entregarmos novamente nossos corações uns aos outros e fazer as pazes... ao telefone, por mensagem, conversando, o que quer que seja... mas logo. E selarmos enfim entregando também nossos corpos, para ao fim dormirmos em paz, nos braços um do outro.

Nada disso nos ajuda, no entanto, quando vem a decepção de um amor que nunca vai acontecer.

Mas esse sentimento é tão louco que por vezes esquecemos, e todas aquelas coisas boas voltam e somos capazes de sorrir de novo, porque a felicidade da pessoa é tão mais importante que qualquer relacionamento que poderíamos ou não ter.

E sentir que o amor é tão forte que é maior que si mesmo. É capaz de nos fazer feliz mesmo com o desamor, com o impedimento de estarmos juntos... ficar feliz pelo simples fato de um dia saber o que é amar. E não há nada no mundo que me faça querer tirar esse sentimento de mim.

Porque eu nunca soube o que é o amor... ouvia todos falando sobre ele, e declamarem suas maravilhas. Mas ninguém realmente entende até que o sinta. E ele é capaz de fazer loucuras na nossa mente, e pensar em toda uma vida em uma rota alternativa, onde tudo é possível e estaríamos juntos em Londres, Paris, Barcelona, não realmente importa... com seus filhos, que chamaríamos de nossos, selando cada fim de noite com um beijo e um "Boa noite, meu amor!"

6 de dez. de 2015

One for one.

Oi, meu nome é Fernanda, tenho 22 anos e luto contra a depressão.

Maria luta pra sustentar seus filhos com um salário mínimo. José é aposentado e luta pra manter sua própria saúde com os hospitais precários de sua cidade. Joana luta com o preconceito de ser uma negra pobre do interior tentando vencer na vida. Todos lutam por algo na vida, contra algo. E todas as batalhas são importantes. Todas as vidas são importantes. Mas hoje, em específico, vou falar da minha luta.

Dentre tantas outras enfrentadas pelos brasileiros ou pelos seres humanos ao redor do mundo, a minha pode parecer pequena. Mas não é.

Essa é a questão na verdade. Poucas pessoas realmente entendem o que é estar em depressão. É uma doença que se luta sozinha contra si mesma, que dura 24h de um dia de 7 dias de uma semana. Terapia ajuda? Sim, claro. Remédios? No meu caso não muito, mas no de outras pessoas ajuda sim. Mas nada realmente importa de você não quer. E é difícil querer.

É difícil ter forças para levantar da cama, ou pra sair de casa e ver a luz do dia, falar com alguém é um suplício e ter que fazer coisas cotidianas como comer ou tomar banho são exaustivas. Sobreviver é uma arte que a depressão nos tira. E é preciso de muito apoio psicológico pra se reerguer. Apoio esse que não é fácil de se encontrar, ou mesmo de se pedir. "Você tem que sair dessa" ou "tá precisando passear" são frases ditas frequentemente por pessoas que não entendem que o que realmente precisamos é de um ouvido amigo e um abraço amoroso.

Precisamos de alguém que não queira sorrisos falsos ou palavras vazias. Somos bons nisso. Em ocultar nossos verdadeiros sentimentos. Nós depressivos queremos alguém real, alguém que diga que vai dar tudo certo e que nos ajude a dar certo. Alguém que desanuvie o nosso cérebro e faça viver ser mais fácil. Nos distraia de nos mesmos.

Temos dias bons, sim. Mas eles dificultam os dias difíceis, nos quais comparamos a vida de todos com as nossas e todas parecem tão melhores.

Suicídio aparece sim na nossa mente e parece uma solução óbvia para o problema de achamos ser e lutar contra essa ideia é um desafio.

Um dia de cada vez. Uma hora de cada vez. Tentando lembrar do que nos faz feliz, tentando ser alguém que sabe que sua vida vale a pena.

E mais um dia se passa. Mais uma inspiração para as próximas 24 horas.

Oi, meu nome é Fernanda, tenho 22 anos. E eu sou depressiva. Mas a depressão não sou eu.

Viva la vida

Em relação à música, sempre que alguém me perguntar, eu direi que sou roqueira. Escuto outros ritmos, mas é o da minha preferência. E isso não está errado.

Mas as minhas músicas favoritas não são deste gênero. E talvez isso se dê por eu não me prender tanto aos gêneros, e sim à letra e à melodia que cada canção mostra. Eu gosto da emoção que proporcionam. E hoje eu tava pensando justamente nas minhas músicas preferidas. Aquelas que penetram a pele, os músculos e vão direto ao coração, produz taquicardia e arrepios por todo o corpo.

E no meu top 3 (que muda frequentemente) estão todas relacionadas à vida, emoções, sentimentos.

Porque, pra mim, todos os que buscam felicidade, estão buscando, na verdade, a vida. Porque a felicidade plena é utópica. Ninguém é feliz todo o tempo. Mas são os momentos difíceis que nos fazem apreciar tanto os bons momentos, as boas risadas, os bons amigos.

E nesse momento em que me sinto tão vazia de bons sentimentos, como se cada célula do meu corpo estivesse tão esgotada de tentar tanto sobreviver que não sobra tempo pra efetivamente viver, onde a vida é mera existência de um corpo pensante, capaz de se movimentar e ter diálogos, essas boas vibrações são umas das poucas coisas que me proporcionam alegria.

3) Viva la vida - Colplay
"For some reason I can't explain,
I know Saint Peter won't call my name
Never an honest world
But that was when I rule the world"

2) Não quero dinheiro - Tim Maia
"Acontece que na vida a gente tem
De ser feliz por ser amado por alguém
Como eu te amo
Eu te adoro, meu amor
A semana inteira fiquei esperando
Pra te ver sorrindo, pra te ver cantando
Quando a gente ama, não pensa em dinheiro
Só se quer amar, se quer amar, se quer amar
De jeito maneira, não quero dinheiro, quero amor sincero
Isso e o que eu espero
Grito ao mundo inteiro, eu só quero amar"

1) O que é, o que é - Gonzaguinha
"Viver. E não ter a vergonha de ser feliz
Cantar e cantar e cantar, a beleza de ser um eterno aprendiz.
Ah meu Deus, eu sei... Que a vida devia ser bem melhor e será!
Mas isso não impede que eu repita, é bonita, é bonita e é bonita"

E é disso que eu e o mundo precisamos. De mais Tim, mais Gonzaguinha, mais Cazuza, mais Cássia, mais Marina, mais Capital, mais Paralama, mais Slipknot, mais Metallica, e até mais funk, porque não? Mais vida. Mais amor. E pra finalizar, vou deixar aqui apenas uma amostra de que, além de gêneros, etnias, culturas ou afins, pode-se e deve-se encontrar vida em qualquer lugar.

"Sonhar. Nunca desistir.
Ter fé, pois fácil não é nem vai ser.
Tentar, até se esgostar suas forças.
Se hoje eu tenho quero dividir.
Ostentar pra esperança levar e o mundo sorrir"
(Sonhar - MC Gui).