29 de dez. de 2015

Paradoxo mental

Há alguns dias, li essa frase:
"A mente é em si um paradoxo: Ela usa a si mesma para se compreender."
Desconheço o autor.

E na verdade, me fez refletir muito. Afinal, é verdade, não é? Passamos horas e horas tentando decifrar o que acontece na nossa mente, quando ela mesma tenta buscar suas próprias soluções, mas procurar soluções não pode ser também um problema?

Quantas vezes o problema é justamente por pensar demais em uma situação? Eu tô passando por isso frequentemente com todos esse processo de depressão e terapia. Muitas vezes o que me deixa mal é algo que eu mesma criei pra mim.

Por exemplo, o fato de uma pessoa não falar comigo. Em uma situação normal não seria um grande problema. Afinal, ela não tem o que falar, e nem eu, então não precisamos entrar em contato um com o outro. Mas estou tão habituada a ter esse contato desnecessário que minha mente começa a remoer justificativas, tentando explicar essa ausência: "Ela não quer mais falar com você", "Não faz mais parte da vida dela" e "Deixa ela seguir a vida em paz sem você" são pensamentos frequentes e que atrapalham o tratamento, quando, na verdade, ninguém realmente me disse isso ou não tive indícios de tal situação.

É quando a mente trabalha contra você. Mas aí vêm um outro lado, após o surto e quando chega o momento racional, quando começa a tentar entender o porquê de tais pensamentos e chegar a soluções mais óbvias que as anteriores, como: "Ela está sem telefone", "Está ocupada" ou "Não tem nada para falar no momento". É a mente trabalhando a favor da própria mente.

As situações e as pessoas do ambiente externo influenciam? Claro, somos todos seres sociais, mas o nosso maior vilão e nosso maior aliado somos nós mesmos, nosso cérebro, nossos pensamentos. E mesmo enquanto racionalizando todo esse texto, como posso dizer se está realmente certo quando na verdade estou sendo influenciada pelos meus próprios impulsos neurológicos que me deixaram nessa situação em primeiro lugar?

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