30 de abr. de 2010

Redação [Parte 2]


Texto descritivo-narrativo:

Segui meu caminho de volta à minha casa, logo após a escola. Meus olhos absorvendo cada detalhe dos lugares onde passava. Cada folha caindo lentamente das árvores, no vento frio do outono, anunciando o inverno rigoroso, que não tardaria a chegar; Cada passo das pessoas por entre as poças d'água resultante da chuva do dia anterior, as barras das calças molhadas, todas elas olhando para o alto e perguntando a si próprias se aquele céu coberto de nuvens acizentadas demonstrava que o dia terminaria como o anterior: com uma chuva muito forte.

Eis que meus olhos me traem, e flagram uma criança - um menino com aparência de ter quase 5 anos de idade - com uma chupeta na boca,seu casaco roxo e cinza que deixava clara sua infantilidade, sua calça jeans rasgada - demonstrando sua posição social, seu cabelo preto rudemente cortado, talvez por sua própria mãe, e com aspecto sujo, como se não tomasse banho há vários dias. Meu coração condoeu ao ver aquele menino, seus olhos negros emanando cansaço e tristeza, observando o chão aos seus pés, brincando com um galho caído de uma árvore, sentado à beira da porta enferrujada de uma loja fechada. Pude perceber que sua vida não era feliz como devia.

Perdi alguns minutos a olhá-lo e, portanto, pude ver a cena a seguir: uma mulher muito magra e maltrapilha, com roupas sujas e largas, os cabelos desgrenhados igualmente sujos, trazendo consigo um maço de cigarros - perguntei-me por um segundo onde ela o teria conseguido, mas não me prendi a esse detalhe - e surpreendi-me ao vê-la entregar um cigarro àquela criança, que largou o galho, retirou a chupeta e trocou-a pelo cigarro. Seu rosto franzido refletia que a fumaça o incomodava, mas ele não parecia se importar. Ele encontrou meu olhar, com uma expressão curiosa, - provavelmente perguntando-se o que eu tanto olhava - fazendo-me perceber que estava sendo indiscreta.

Voltei a andar, meus olhos tornaram-se turvos, já não reparava nas gotas de orvalho, sequer ouvia as vozes ao meu redor. Tornei-me mais uma naquela multidão que passava.

-

Então, não está exatamente pronto... mas eu não vou modificar. Espero que tenha ficado bom.

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