É estranho olhar pra minha vida em um passado não-tão-distante e ver que quase não tenho mais resquícios daquela garota que eu fui.
Aquela que tinha muitos amigos, que amava o Taekwondo como se fizesse parte dela própria, que era quietinha, só falava quando lhe perguntavam - porque tinha medo -, não gostava de sair de casa e passava horas e horas a imaginar coisas que nunca viriam a acontecer. Aquela que tinha poucas responsabilidades, chorava por qualquer bobagem, se apaixonava tão rápido...e esquecia mais rápido ainda.
Bom, essa garota não existe mais.
É estranho dizer isso, mas o Taekwondo não faz mais parte da minha vida, não consigo mais me imaginar voltando a fazer aquilo que eu tanto amava, não tenho muitos amigos (mas os poucos que eu tenho valem muito mais do que aqueles outros que na primeira oportunidade me abandonaram), não suporto ficar em casa por muito tempo sem nada pra fazer, não tenho mais medo de demonstrar o que penso, e descobri que não me apaixono rápido - eu sentia afeição e confundia tudo -, mas que quando isso acontece: nossa! como é difícil de lidar.
Eu poderia dizer que sinto falta daquela garota que amava contos de fadas, mas isso seria mentira. Contos de fadas não existem, as comédias românticas talvez (afinal, viver sem fantasiar não tem lá muita graça) rs
A vida, as situações, as pessoas que me machucaram, as pessoas que me ajudaram, enfim, tudo... me tornou mais forte. E, embora me sentir amortecida seja ruim às vezes, me sinto muito melhor agora.
Voltar a me deprimir e tornar-me reclusa novamente não é uma opção viável, quando as responsabilidades de crescer e tornar-se adulta (graças aos meus 18 aninhos completos) batem à porta.
