18 de mar. de 2012

8 ou 80

Hoje eu estou emotiva. E digo 'estou' porque não 'sou' mais assim... Eu já fui, mas isso faz muito tempo.

Não gosto desses dias em que acordo sensível, porque tenho essa vontade de dizer tudo o que sinto no momento: o quanto gosto de algumas pessoas, o quanto são importantes pra mim, o quanto eu lamento por não ser uma pessoa melhor e o quanto eu queria ser forte o suficiente para ser assim por todos os dias da minha vida.

Eu não era essa pessoa ruim que sou hoje, eu me importava com os outros, queria que todos fossem felizes e queria sentir que era parte da vida delas. Mas todas aquelas que eu tentei ajudar, se aproveitaram da minha afeição e me magoaram, até que um dia eu me vi completamente destruída, sem amigos, sem ter com quem contar ou desabafar. Foi nesse dia que eu prometi que ninguém mais iria me usar, que culpa e ressentimento não seriam mais palavras existentes no meu dicionário. Que não seria mais usada, eu usaria os outros. E é isso que eu faço agora, uso os outros para o que eu preciso no momento, e depois eles são descartáveis, não preciso mais deles e não sinto absolutamente nada por eles. 

Mas pra mim não existe meio-termo, ou sou emotiva demais ou racional demais, nunca consegui equilibrar as duas coisas.

Então vez em quando, eu acordo e ainda sou aquela pessoa que eu era antes e quero falar, para aquelas poucas pessoas que ainda me importo, que essa criatura ruim que eles veem não é a verdadeira eu e que eu preciso de ajuda pra voltar a ser aquela pessoa, que eu quero voltar a me importar, que eu preciso de forças pra aparecer novamente, que eu quero ser forte, que eu quero sofrer por eles e por mim, quero sentir culpa quando faço algo errado, quero me ressentir por algo que já fiz, quero sentir saudades e quero chorar sem ter vergonha.

E é estranho dizer isso quando ao mesmo tempo em que estou aqui escrevendo, minha mãe chegou e no mesmo instante eu fingi que nada estava acontecendo, coloquei um sorriso no rosto, e ela não pôde ver que eu ainda tô aqui esperando pelo momento em que serei corajosa para voltar a ser eu mesma.

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